Guia de carreiras: odontologia








Os dentistas são responsáveis pela manutenção da saúde bucal e pelo tratamento de problemas na boca dos pacientes que, muitas vezes, podem se refletir em todo o organismo. O mercado para os profissionais que optam pela carreira na odontologia pode estar em consultórios próprios ou em órgãos públicos.

Guia de carreiras odontologia (Foto: Editoria de Arte/G1))

Dr. Paulo Murilo Oliveira da Fontoura, presidente da Associação Brasileira de Odontologia no Rio de Janeiro, lembra que alguns dos principais mercados para os dentistas, também chamados de odontólogos, estão nas Forças Armadas e nas áreas de saúde das prefeituras e estados. Segundo ele, a área está se recuperando de uma crise.

"A odontologia passou por uma crise séria de mercado porque, há uns 20 anos, era uma profissão na qual se ganhava muito dinheiro. Então isso influenciou muito os alunos e as famílias a se motivarem para seguir esta carreira. Com isso, aconteceu a criação de inúmeras faculdades de odontologia, e o mercado ficou saturado."

Uma alternativa para prosperar na carreira seria a busca por oportunidades em áreas onde a demanda por dentistas ainda é grande: "Todos os que se formam só querem ficar nos grandes centros. Não procuram ir para a periferia."

O presidente da ABO-RJ ainda lembra que alternativas apresentadas aos jovens dentistas, como os convênios, podem ter prós e contras: "Temos planos odontológicos que são uma faca de dois gumes: ele dá emprego ao profissional, pois coloca pacientes dentro do consultório; mas ele paga muitas vezes um valor muito simbólico, muito baixo. Porque às vezes o dentista acaba pagando para trabalhar."

Dr. Augusto César Ferreira Pinto, que também atua na ABO-RJ, acredita que o retorno financeiro pode ser bom se houver dedicação por parte do profissional: "Como em qualquer carreira, a gente tem que ter dedicação. Isso parte do profissional mas, de uma menira geral, a odontologia traz um bom retorno financeiro desde que você seja dedicado a ela."

Investimento em formação e habilidade manual
O curso de odontologia é estruturado em oito ou dez semestres, dependendo da instituição de ensino. Nos primeiros dois anos, o estudante recebe uma formação básica na área de saúde, com disciplinas de microbiologia e anatomia, por exemplo. Apenas no terceiro ano de curso o aluno começa a entrar na parte clínica, fazendo estágios e começando a lidar com a boca dos pacientes.

Mas mesmo com o final do curso de odontologia, profissionais da área recomendam que o aprendizado continue, com uma especialização em algum segmento como a Implantodontia, que é a área referente a colocação de próteses dentárias, a ortodontia, que corrige a posição dos dentes e dos ossos maxilares, e a endodontia, responsável pelo estudo dos canais da boca e de seus tecidos. O investimento em áreas de administração hospitalar e em mestrados e doutorados também são valorizados.

Entre as habilidades desejáveis para os estudantes que almejam investir na carreira de dentista, o Dr. Paulo Murilo reforça que a carreira exige constante aperfeiçoamento do profissional: "Hoje em dia, a odontologia é muito científica. Então, tem que estudar muito." Ele destaca outros pontos importantes: "Antes de mais nada, tem que gostar da profissão. Porque se não gostar da profissão é muito difícil. Segundo, tem que ter uma certa habilidade, porque a odontologia necessita muito de habilidade manual."

O Dr. Augusto concorda sobre a necessidade de destreza com as mãos, já que o trabalho dos profissionais desta área é praticamente artesanal. Mas ele também ressalta que a relação com as pessoas que sentam-se na cadeira dos consultórios também é fundamental. "O trato com o paciente tem que ser sempre o melhor possível", afirma ele.
 





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